Xilogravura (Copiem ambos os textos no caderno)
Por Felipe Araújo
O dicionário Larousse, Ática, define xilogravura da seguinte forma: “gravura obtida pelo processo da xilografia”. Xilografia quer dizer “arte de gravar em madeira. Técnica de impressão em que o desenho é entalhado com goiva, formão, faca ou buril em uma chapa de madeira”.
História da Xilogravura
As prováveis origens da xilogravura remetem à cultura oriental. Segundo historiadores, a xilogravura foi criada pelos chineses e já era praticada por este povo desde o século 6. Durante a Idade Média, a xilogravura firma-se no ocidente, ganhando inovações durante o século 18. Com sua difusão por diversos países, acabou chegando às nações européias, onde influenciaram as artes do século 19 e ajudaram Thomas Bewick a criar a técnica da gravura de topo, diminuindo os custos de produção industrial de livros ilustrados e inciando a produção em larga escala de imagens pictóricas.
Porém, com o avanço tecnológico do século 20, a técnica da xilogravura começa a cair em desuso. Com a invenção de processos de impressão a partir da fotografia, a técnica oriental foi considerada obsoleta, passando a ser utilizada somente por artistas e artesões.
Técnica e funcionalidade
Pode-se descrever a xilogravura como uma espécie de carimbo. Em seu processo, uma gravura é entalhada na madeira com auxílio de objeto cortante e, na sequência, utiliza-se um rolo de borracha embebida em tinta, que penetra somente nas partes onde está a gravura (entalhe). Então, a parte em que fica a gravura é colocada em contato com a superfície a ser ilustrada. Após alguns minutos, retira-se a madeira, que deixa a imagem impregnada no local. Esta técnica é também chamada de impressão em alto relevo e pode ser feita à base de linóleo (linoleogravura) ou qualquer superfície plana.
Xilogravura aplicada no Brasil
O contato entre diversas culturas, como a brasileira e a portuguesa, ocasionou o surgimento da xilogravura popular brasileira. Os portugueses já utilizavam a técnica que, quando trazida para o Brasil, desenvolveu-se na Literatura de Cordel. Com isso, diversas obras foram produzidas com a utilização da xilogravura, formando diversos xilógrafos, principalmente na Região Nordeste do país. Gilvan Samico, Abraão Batista, Amaro Francisco, José Costa Leite, José Lourenço e J. Borges estão entre os principais xilógrafos brasileiros.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
http://www.brasilprofissoes.com.br/profissoes/xil%C3%B3grafo
http://www.unicap.br/armorial/35anos/trabalhos/o-reino_xilogravura.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/xilogravura/
Literatura de cordel
A literatura de cordel chegou ao Brasil com os portugueses e tornou-se um meio de eternizar as narrativas cantadas pelos repentistas populares do Nordeste brasileiro
A literatura de cordel tornou-se uma tradicional forma de narrativa no Nordeste brasileiro, sendo, há algumas décadas, não apenas um elemento da cultura nordestina e nortista, mas um propagador das tradições dessas regiões. Sua origem vem dos trovadores medievais e da Renascença, que, com a possibilidade de imprimir em grande escala, criaram não só os cordéis, como deram início à imprensa.
Origem
O cordel foi originado em Portugal pelos trovadores medievais, que, nos séculos XII e XIII, cantavam poemas, espalhando histórias para a população a qual, em sua grande maioria, não era letrada. Com a criação de métodos de impressão em larga escala na Renascença, possibilitou-se a grande distribuição da palavra, que, até então, era apenas cantada. Assim o cordel nasceu, popularizando-se pelo povo por meio da exposição dos papéis pendurados em cordas — ou cordéis, como são chamadas em Portugal.
Chegou ao Brasil por meio dos colonizadores, popularizando-se e auxiliando na criação e manutenção do imaginário popular e folclórico dos estados do Norte e do Nordeste brasileiros. Os cordéis até hoje são muito importantes para a preservação dos costumes regionalistas e pelo incentivo à leitura, ajudando na diminuição de analfabetismo nesses locais.
Com linguagem simples, os cordéis espalharam-se pelo Brasil por meio dos repentistas — violeiros que cantavam as histórias escritas pelos poetas de bancada, nome esse atribuído aos autores de cordéis que manufaturavam suas próprias publicações.
Principais características
- No geral, o cordel é escrito em métrica com rimas que fazem a musicalidade dos versos.
- Torna-se uma forma de resistência para o folclore da região de onde surge, já que o gênero cordel trata dos costumes locais, fortalecendo as identidades regionais.
- A literatura de cordel é muito conhecida por suas xilogravuras, as quais ilustram as páginas dos poemas. Essa técnica é muito usada na literatura de cordel porque, uma vez que a matriz do desenho é feita, é possível imprimir o desenho inúmeras vezes.
Principais autores
- Leandro Gomes de Barros
Foi o primeiro brasileiro a escrever cordéis. Produziu 240 obras que ficaram muito conhecidas pelo imaginário popular do Nordeste brasileiro e também pelo Brasil todo. É o caso da peça “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, baseada nos cordéis de Barros.
- João Martins de Athayde
Ficou conhecido por utilizar imagens de artistas de Hollywood em seus cordéis. Após a morte de Leandro Gomes de Barros, Athayde adquiriu alguns dos direitos de publicação de seus cordéis, sendo descoberto, recentemente, que a verdadeira autoria deles, na verdade, é de Barros.
Disponível em: https://m.mundoeducacao.bol.uol.com.br/amp/literatura/literatura-cordel.htm
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